“Sem anistia, sem perdão”: Teresina se levanta em defesa da democracia contra a PEC da Blindagem e a anistia
Centenas de pessoas encheram a Praça Pedro II, no coração da capital piauiense, na manhã deste domingo, começando por volta das 9h, para gritar contra a proposta de Emenda à Constituição batizada pela sociedade de PEC da Blindagem e contra o projeto de anistia aos que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Sob o lema “Sem anistia, sem perdão”, manifestantes deixaram claro seu repúdio a medidas em tramitação no Congresso Nacional que, segundo organizadores, visam proteger parlamentares de investigações, limitar prisões em flagrante e ampliar prerrogativas de foro privilegiado – tudo isso, denunciam, em prejuízo da transparência, da justiça e da soberania popular.
A convocação foi feita por frentes nacionais como Brasil Popular e Povo Sem Medo, com apoio de partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e coletivos diversos.
Muitos jovens compareceram, motivados também por convocações de artistas que aderiram à causa em capitais de todo o país.
Material de manifestação: houve trio elétrico, bandeiras, faixas, cartazes; as palavras de ordem revezavam indignação, apelo à mobilização permanente e convicção de que o momento exige participação popular intensa.
Contexto político e o que está em jogo
A PEC da Blindagem já foi aprovada nos dois turnos da Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado.
Ao mesmo tempo, cresce no Congresso a pressão para aprovar uma anistia ampla, que incluiria pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o que para muitos críticos representa uma tentativa de revogar pilares de responsabilização institucional.
No Piauí, uma das críticas centrais foi à bancada federal: os dez deputados piauienses votaram unanimemente a favor da PEC na Câmara, gerando indignação entre manifestantes. A expectativa agora se volta para os três senadores do estado, que serão cobrados politicamente.
Na avaliação dos organizadores, o ato de Teresina mostrou algo raro nos últimos tempos: mobilização massiva, clara, organizada, com presença marcante da juventude, e solidariedade cultural e política. O protesto, segundo quem participou, remeteu aos grandes movimentos sociais históricos, como os das Diretas Já.
Foi enfatizado que medidas como PEC da Blindagem e projetos de anistia não têm respaldo popular — ou o povo ficará vigilante e presente — e que qualquer avanço dessas propostas deverá enfrentar resistência nas ruas e nas urnas.
Democracia em assembleia popular
O ato deste domingo em Teresina não foi um protesto qualquer — foi um chamado claro à cidadania: legislar não pode ser sinônimo de blindar, nem anistiar quem subverteu o pacto democrático. Neste momento, a militância petista tem diante de si um ponto alto de mobilização: unir corações, vozes, discursos e ações para barrar retrocessos, defender a Constituição e assegurar que impunidade não seja realidade.
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