A Assembleia Legislativa do Piauí foi palco de uma emocionante sessão solene nesta segunda-feira (31), celebrando os 40 anos da redemocratização do Brasil. A homenagem foi proposta pelo deputado estadual Francisco Limma (PT-PI), destacando a importância de preservar a memória desse período histórico e reforçar o compromisso com a democracia.
O dia 15 de março de 2025 marcou quatro décadas desde que um civil, José Sarney, assumiu a Presidência da República, pondo fim a 21 anos de governos militares. Em seu discurso, Francisco Limma enfatizou a necessidade de relembrar o que foi a ditadura para entender os desafios atuais.
"Pessoas foram torturadas, assassinadas, e muitas famílias nunca tiveram notícias do paradeiro de seus entes queridos. Precisamos manter viva essa história para que nunca mais se repita", afirmou o parlamentar petista.
Limma também diferenciou a Lei da Anistia, que permitiu o retorno de perseguidos políticos nos anos 80, do atual projeto que busca perdoar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
"Em 2023, os golpistas atacaram novamente, após anos de ameaças de Bolsonaro e da extrema-direita. Desta vez, o golpe não se consumou, mas a ameaça segue viva. Nossa vigilância deve ser constante", alertou o deputado.
O senador Marcelo Castro (MDB) também participou da solenidade e traçou um panorama histórico da ditadura, relacionando-o com os ataques à democracia em janeiro de 2023. Ele destacou que a luta contra o autoritarismo é um compromisso de todas as gerações.
Mesa de Honra e discursos marcantes
A sessão solene contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o senador Marcelo Castro, o secretário de Estado da Administração Samuel Pontes do Nascimento (representando o governador Rafael Fonteles), o deputado federal Flávio Nogueira e representantes da OAB-PI, do movimento estudantil, da CUT e de outras instituições.
Pedro Laurentino, coordenador do Comitê Memória, Verdade e Justiça, lembrou que 461 pessoas foram assassinadas durante a ditadura e que muitos desaparecidos jamais tiveram um enterro digno.
"A ditadura não foi completamente enterrada. Seus tentáculos ainda estão entre nós. Falar sobre isso não é discutir o passado, mas sim o presente e o futuro", afirmou Laurentino, defendendo a remoção de nomes de ditadores de ruas e escolas de Teresina.
Já Antônio José Medeiros ressaltou que a democracia é um equilíbrio entre liberdade individual e convivência coletiva, enquanto a professora Valéria Silva relembrou os desafios enfrentados nos anos 80 sob vigilância, censura e repressão.
"Reafirmamos aqui que o jogo democrático é o único que aceitaremos. Ditaduras e autoritarismos não terão espaço entre nós", declarou.
Com essa sessão solene, Francisco Limma reafirma o compromisso do PT do Piauí com a defesa da democracia e da justiça social, mantendo viva a memória de quem lutou pela liberdade no Brasil.
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