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25/10/2011

Deputada Flora concede título de cidadania ao pioneiro da apicultura

O paulista Arlindo Wenzel, que é pioneiro na apicultura organizada do Piauí, será homenageado com o título de cidadania piauiense de autoria da deputada estadual Flora Izabel (PT). Após fixar residência na cidade de Picos, em 1978, ele teve papel decisivo na mudança de cultura da população do campo em relação à apicultura e no desenvolvimento da atividade dos apicultores e agricultores familiares.

Segundo Flora Izabel, a apicultura no Piauí, sem dúvida, tem dois momentos: antes e depois de Arlindo Wenzel, natural de Ariranha, no interior de São Paulo. “Até a sua chegada ao Piauí, a atividade apícola era feita de forma extrativista, com a derrubada de árvores que tinham abelhas em ocos e com a utilização do fogo, o que chegava a gerar grandes queimadas e destruição da fauna e da flora, já que não havia tecnologias adequadas de criação de abelhas como as que foram trazidas por Arlindo Wenzel”, compara.

Aos 80 anos de idade, ele reconhece o progresso que teve em todos os sentidos, inclusive na criação da família e em poder ver milhares de pessoas trabalhando e vivendo da apicultura. Quando veio de São Paulo investir na apicultura na região de Picos, Arlindo Wenzel, além de novos conhecimentos e técnicas sobre a apicultura, trouxe para o Piauí 200 caixas vazias para a instalação de colmeias e produção de mel e muita coragem, já que naquela época ele enfrentou muitas dificuldades e resistência de pessoas que não queriam aceitar que ele colocasse as caixas com abelhas nas terras.

“A homenagem que estamos fazendo ao Arlindo Wenzel é muito justa. Ele tem os mais diversos títulos, comendas e é cidadão de Picos pelos relevantes serviços prestados ao Piauí, mas falta a ele o título de cidadão piauiense. O Arlindo Wenzel fez muito pelo nosso Estado e agora a sociedade piauiense, através de nosso mandato, está dando a sua retribuição e manifestando seu reconhecimento”, explicou Flora.

Arlindo Wenzel, em 1975, juntamente com familiares, inclusive seu pai Manoel Wenzel, planejou uma viagem para o Nordeste para conhecerem a vegetação de alguns estados, inclusive a do Piauí. Na época na cidade e região onde explorava a atividade, havia escassez de matas com vegetação melífera, o que incentivou mais ainda a viagem. Do Estado de São Paulo o sentido era Remanso na Bahia, São Raimundo Nonato-PI, Petrolina-PE e Limoeiro do Norte-CE.

Em dezembro de 1976 com 200 caixas vazias, Arlindo Wenzel juntamente com seu filho Juarez, saiu de Bauru-SP rumo a Picos. No início, as dificuldades foram muitas, pois havia em alguns donos de propriedades uma certa resistência em aceitar a colocação das caixas para a captura dos enxames, porém alguns vendo o trabalho e a boa vontade de Arlindo Wenzel e por ser ele de fora, recebeu muita atenção, inclusive de lideranças comunitárias da região como Almeida Guimarães e Losinho Monteiro.

As 200 caixas foram povoadas e de dezembro de 1976 a março 1977 produziram 10 toneladas de mel (400 latas de mel, hoje 400 baldes), o equivalente a produção de um ano em Bauru-SP. O resultado foi bastante animador, tanto que logo foram transferidas as 300 colmeias que o Arlindo Wenzel possuía em Bauru somando um total de 500 colmeias que passaram a produzir em Picos.

Em 1978 Arlindo wenzel trouxe a família e em 5 anos (1981) já contava com mais de 4.000 colmeias tendo uma produção recorde que passou a chamar a atenção tanto das pessoas da região, como do estado, de todo o Brasil e exterior, pois muitos passaram a visitar Picos e os apiários da Família. Isso resultou no interesse de alguns que passaram a adquirir colmeias e abraçar a atividade recebendo apoio de órgãos estaduais e federais, como a EMATER, DNOCS, SUDENE, Universidades e outros pois o Estado com grande potencial apícola passou a ter o mel como pauta de arrecadação e geração de empregos.

Foram criadas várias cooperativas inclusive a Campil quando 3 dos filhos de Arlindo ajudaram a fundar a entidade. Com a expressiva produção, o estado passou a ser reconhecido como um dos maiores produtores de mel e Picos como a “Capital do Mel”. Hoje passados quase 35 anos, a cidade continua sendo polo apícola do Estado e elevou o Piauí a categoria de 3º maior produtor nacional, chegando em alguns anos a ocupar o 2º lugar na produção nacional, tendo inclusive recebido vários títulos por produzir o melhor mel.

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