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04/09/2024

Beel da Silva: uma candidatura dos invisibilizados em Picos

Picos é, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o terceiro maior município piauiense com 86,228 mil habitantes e é cercada pela produção. Seja de mel, sejam os transportes através da BR-343 que corta a localidade pelo meio e é uma das principais rotas de escoamento do Piauí.

Apesar dos números, a cidade não sustenta a fachada por muito tempo e logo demonstra um viés que beira o coronelismo de antigamente. Neste sentido, a bióloga e mestranda Beel da Silva apresentou sua candidatura a vereadora na cidade Picos pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Ela conversou com o pensarpiauí e neste primeiro material de três partes, apresentaremos um pouco sobre sua história.

Natural de Fortaleza, Beel da Silva mora em Picos há 10 anos. No município ela se formou e agora cursa o Mestrado no Programa de Pós Graduação em Sociologia na Universidade Federal do Piauí. Ela, apresenta sua candidatura à vereadora pela segunda vez no município e busca trazer, de acordo com ela “uma proposta concreta de renovação política de Picos e do Piauí, pois a gente começa a mudar nosso estado e nosso país a partir da nossa localidade”.

Com o mote “A Força da Mulher, a Coragem da Juventude e o Orgulho da Diversidade”, Beel se propõe a construir uma candidatura que esteja lado a lado aos mais invisibilizados.

“Nós juntamos na nossa candidatura três principais segmentos invisibilizados, marginalizados e que tentam silenciar todos os dias nesta sociedade e mais ainda, são segmentos que são frequentemente diuturnamente violentados pelo sistema capitalista, patriarcal, machista e sexista e racista que a gente tem”, contou.

Mudança de perspectiva

A importância de uma candidatura jovem, que possa dialogar com aqueles e aquelas que estão agora como novos responsáveis pelos lares brasileiros e aqueles que ainda se encontram distante de estarem completamente na política pública.

A quebra de um paradigma não é uma tarefa simples. Pelo contrário, ela exige organização e ação em busca de algo que mude. Neste sentido, a mudança em Picos se dá, principalmente através daqueles e daquelas que questionam o que está posto.

“Muito se diz que em cidades de interior a políticas nacionais, internacionais, não são fundamentais para pautar os debates nas esferas municipais. Eu discordo. Porque assim como nas grandes capitais, nas grandes cidades, nos países a fora se debate esse papel da mulher, jovens lgbtqia+ nos espaços de poder e a construção das políticas públicas para que essas pessoas acessem seus direitos básicos enquanto cidadãos e cidadãs que somos na localidade, é também importante”, disse Beel.

A candidata ainda afirmou que.

"A população de Picos, mesmo que seja a 3ª maior cidade do Piauí em população e geração de emprego ainda tem resquício de cidades pequenas de interior, que é aquela velha política da compra de votos, do voto de cabresto, que é um resquício do coronelismo que a gente ainda enfrenta na nossa cidade. Nós ainda hoje passamos por situações em que se coloca esses fatores como aquilo que delimita o processo eleitoral. É a segunda vez que me coloco como candidata aqui no município e a gente vai percebendo que aquele voto de consciência, crítico, que questiona sobre propostas do candidato vai surgindo também", disse.

Identidade

A aposta em uma candidatura que vem dos lugares aonde a verdadeira população está um precedente de Beel, cujo pai é ex-metalúrgico e a mãe trabalhava como vendedora. Agora, de acordo com ela, a candidatura “tem sido abraçada”.

“A nossa candidatura tem sido abraçada pela população de Picos, principalmente por esta parcela que tem sido marginalizada e silenciada e precisam a todo momento buscar seu espaço na sociedade, no mercado de trabalho. Principalmente nas áreas periféricas da cidade a gente tem uma boa inserção porque a população dessas áreas consegue se reconhecer em uma jovem que é filha de um metalúrgico e de uma trabalhadora do comércio, que estudou sua vida toda na escola pública e chegou em Picos com uma mochila, um ventilador e muitos sonhos. E um destes sonhos era cursar o ensino superior, algo conquistado através da ampliação do campus da Universidade Federal do Piauí, algo garantido no governo Dilma Rousseff e isso me deu uma oportunidade de dar passos que meu pai e minha mãe, que terminaram seu ensino na Educação de Jovens e Adultos não tiveram”, contou Beel da Silva.

Fonte: pensarpiaui.com

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