Prefeito de Campo Maior, Paulo Martins |
Se você reside em Campo Maior e contraiu algum problema de saúde relacionado a água até o ano de 2010 ou conhece alguém que passou por essa situação, provavelmente deva ter sido ocasionado pela péssima qualidade do líquido que era distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).
Segundo o atual diretor do órgão, até 2010, apenas três poços, dos 17 que abastecem a cidade, recebiam tratamento. “Somente 20% era tratada com cloro, o restante era distribuída sem nenhum tratamento e alguns até com coliformes fecais”, revelou.
Dos 17 poços existentes na época, 04 deixaram de ser útil para o sistema de abastecimento e atualmente 13 poços operam na zona urbana da cidade. “Hoje 100% dos poços recebem tratamento e nosso químico realiza testes na água rotineiramente para identificar a potabilidade. A água distribuída é própria para o consumo humano porque nós tratamos”, explicou esclarecendo que se não houver tratamento, não é apropriado o consumo. Documentos abaixo mostram o teste feito pelo bioquímico Germano Junior comprovando a potabilidade da água de Campo Maior.
Alem do tratamento de 100% da água, o SAAE fez a troca de toda a tubulação de ferro que existia no centro da cidade há 50 anos. Muita ferrugem foi encontrada na encanação. “Isso só foi possível porque a população passou a acreditar no nosso trabalho e hoje temos quase 100% dos usuários adimplentes. E é com o pagamento de suas contas em dias que o SAAE consegue investir na qualidade e no abastecimento de água”, informou João Lima.
De acordo com a portaria do Ministério da Saúde que regulamenta o tema (2.914/2011), a água tratada no Brasil não pode ter qualquer coliforme termotolerante.
O médico Artur Timerman, embaixador do Instituto Trata Brasil e mestre em infectologia pela Universidade de São Paulo, afirma que os dados indicam riscos. Os consumidores podem ser infectados por vírus, bactérias e protozoários.
A gama de doenças que podem ser causadas por essa má qualidade da água é grande, vai da hepatite tipo A a gastroenterite, poliomielite e diarreia, que é ainda mais grave no caso de crianças — explica o médico, que atua em instituições como o Hospital Israelita Albert Einstein.
CRISE HIDRICA E ENERGÉTICA
O diretor encerrou falando sobre os problemas que tem afetado o sistema de água de Campo Maior. “Diariamente temos prejuízos com a falta de energia e para completar os poços estão secando por que neste período do ano aumenta o consumo e diminuí o nível de água nos lençóis freáticos”, pontuou pedindo a compreensão da população. “Pedimos a compreensão dos usuários porque estamos fazendo até o impossível para levar água a todas as residências, mas nem tudo depende somente do nosso esforço”, finalizou.
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