Estádios
lotados, crianças, arenas modernas que aproximam os torcedores do gramado,
seleção brasileira jogando com altivez e coragem: cenas que mostram o enorme
sucesso da Copa das Confederações que o Brasil organizou. Aqueles que torcem
contra o Brasil, que vivem de costas para o País sonhando com a vida em alguma
ilha paradisíaca ou em paraíso fiscal, devem estar enfadados com as belas
imagens vividas nos moderníssimos estádios, inclusive com o fervor com que a
torcida cantou o hino nacional.
Nada
como um dia atrás do outro. Esta gente é a mesma que vaticina que o Brasil não
terá condições de organizar a Copa do Mundo e as Olimpíadas; que os estádios
não ficarão prontos; que os aeroportos não suportarão o movimento de
passageiros; que não haverá hotéis; e por aí vai. Uma sucessão sem fim de
pragas rogadas contra o governo Lula e, depois, contra o governo Dilma, mesmo
que em prejuízo não dos governos, mas do Brasil. Trata-se de gente que se
acostumou com privilégios seculares e não quer ver o País acontecendo à luz de
novos valores, entre eles a distribuição de renda e o respeito à democracia.
Mas,
como os estádios ficaram prontos e se vislumbrou, desde a primeira partida, que
o “mar estava para peixe”, os patronos do mau olhado iniciaram vigorosa
campanha de desinformação ao estabelecer contradição entre os investimentos da
copa e os investimentos em saúde e educação. Ora, os estádios foram construídos
com recursos de financiamentos que serão pagos, a longo prazo, pela empresas
que ganharam as concessões. Bem ao contrário do que estão pregando, os estádios
deixaram de ser ônus do poder público e passaram à administração da iniciativa
privada, liberando assim a atenção dos gestores e recursos públicos para áreas
típicas de Estado como educação, saúde e segurança.
Para
completar o quadro de críticas descabidas passaram a anunciar o gasto na copa
como sendo de 28 bilhões de reais; isto no contexto de matérias “jornalísticas”
que criticavam os estádios, passando nitidamente a idéia que este seria o valor
gasto em sua construção. Simplesmente têm omitido sistematicamente que o valor
citado se refere ao conjunto de investimentos programados para ampliar a infra-estrutura
não apenas para a Copa mas também para a vida cotidiana de nossas cidades.
Investimentos em obras de mobilidade urbana; em aeroportos, portos, segurança,
telecomunicações e turismo. A parte referente aos estádios é de R$ 7,6 bilhões
e não de 28 bilhões. Têm também estabelecido relação entre o valor das obras e
a corrupção; mas de modo genérico, sem citar pelo menos uma evidência, um caso
concreto, e sem considerar que as obras são auditadas pelos órgãos de controle.
Por
último é importante lembrar que, no mundo, Países e Cidades se mobilizam para
atrair a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Elas exigem investimentos em diversas
áreas, não apenas em infra-estrutura esportiva; por isto fazem a economia
crescer e geram empregos. Além disto, tornam os países e suas culturas
mundialmente conhecidos, fator essencial para a indústria do Turismo. Não é a
toa que Barcelona é hoje a cidade mais visitada do mundo. Só que na Espanha a
oposição não confundiu oposição a governos com oposição ao País, como está
fazendo a oposição ao governo Dilma. De maneira absolutamente equivocada esta
oposição, com generoso apoio da grande mídia, investiu em algumas passeatas
contra os Estádios no momento mesmo em que as partidas estavam sendo realizadas
com o objetivo claro de projetar uma imagem negativa do Brasil.
Fracassaram
redondamente; pois o que nós vimos e o que o mundo viu foi o predomínio do
Estado democrático de direito. Os fatos demonstraram que o Brasil é uma
democracia madura: os manifestantes puderam exercitar seu descontentamento ao
mesmo tempo em que os torcedores puderam ir aos Estádios, enquanto milhões
assistimos aos jogos em nossas casas, em bares, praças e estacionamentos. Além
disto, frustrando as raposas mais felpudas, nenhuma tragédia aconteceu nas
ruas, enquanto nos Estádio o Brasil se reencontrou com a torcida e com a
vitória.
Bola
pra frente: No ano que vem será a vez da própria Copa e depois virão as
Olimpíadas. Quem gostava do Brasil que não crescia e que não ousava no cenário
internacional tem que passar por uma realfabetização de cidadania para aprender
a viver no Brasil de Todos os brasileiros e brasileiras. O Brasil amarrado aos
interesses de poucos ficou para trás e não há manipulação midiática que possa
trazê-lo de volta.
Merlong Solano NogueiraProfessor da UFPI, Sec das Cidades, Dep Estadual do PT