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01/11/2011

De volta às obras estruturantes

Como prometi em artigo anterior, fiz contatos com alguns ilustres homens públicos, os quais, através da imprensa, reclamaram que o Piauí, no período Lula/Wellington, não teria recebido Obras Estruturantes, nem atraído grandes empresas. Fiz os contatos porque precisava de mais informações para não ficar apenas pelo que li nos jornais.
Foi possível chegar a uma conclusão sem muito esforço, mas deixo aqui aberta a possibilidade de correção caso alguma dessas autoridades entenda que não é bem assim. Todos nós, piauienses, quem sabe dos outros estados também, entendemos que deveríamos estar melhor na fita, que deveríamos estar mais desenvolvidos, que o povo deveria gozar de melhor qualidade de vida e etc. Isso seria verdade se tivéssemos um porto, se tivéssemos uma refinaria da Petrobras, uma fábrica de automóveis, por falar nessa, a Volkswagem planeja colocar uma no Nordeste. Que tal corrermos atrás? Assim, diziam as autoridades, o Piauí estaria mais desenvolvido e eu concordo.

Entretanto, deixaram de relacionar como grande obra as ações que dizem respeito à distribuição de energia elétrica, como a subestação de São João do Piauí, as linhas de transmissão e as várias pequenas subestações pelo Estado. Na minha opinião, esse "esquecimento" foi um erro que eles cometeram. Esqueceram de citar que a Suzano veio para o Piauí, mas não tenho dúvida de que é uma grande empresa. Outra que não foi lembrada como grande obra foi a instalação do Ensino Médio em todas as cidades do Piauí, inclusive em algumas zonas rurais, quando isso é verdadeiramente estruturante.

Mas vamos às obras que não aconteceram. Compreendo que o esforço de cada um ilustre homem público não foi suficiente para que tivéssemos o porto, a refinaria ou a fábrica de automóveis. Na minha opinião, cada ilustre homem público fez, individualmente, um grande esforço. Cada um na sua, buscava aquela ação que mais se identificasse. Houve um consenso no seguinte ponto: as obras que não vieram para o Piauí não foram somente por culpa de Lula ou Wellington, mas do conjunto. Mesmo aqueles que estavam mais afastados do governo estadual compreenderam que a falha foi do conjunto de todos os ilustres homens públicos.

Estou vendo o prenúncio de que nesta 54ª Legislatura poderá acontecer o mesmo que vem acontecendo até hoje. Abro mais uma vez a possibilidade de estar errado porque estou no meu primeiro mandato, não vivi essa experiência de muito próximo, como parlamentar, apenas como gestor. Mas, se os ilustres homens públicos do Executivo e do Legislativo são aqueles que têm a solução de trazer ou fazer as obras estruturantes, da forma como estamos trabalhando, essas obras estruturantes não virão na qualidade e quantidade que o Piauí deseja ou merece.

E por que isso aconteceria? Porque estamos sem coordenação. Porque estamos sem liderança. Ainda há tempo, é verdade. Nossa bancada, deputados federais e senadores, nos reunimos duas vezes apenas, uma entre nós para discutir cargos e outra com o governador Wilson Martins, na qual ele apontou as áreas e as obras mais importantes, e foi só. E ainda usando uma frase daqueles que polemizaram semanas atrás a respeito de obras estruturantes, são poucas discussões para decidir sobre "emendinhas" de parlamentares. E as outras ações junto ao governo federal e para atração de grandes empresas? Se o governador Wilson Martins fizer um grande esforço, individualmente, não será suficiente. Precisamos organizar o time e apontar os objetivos. Da minha parte estou aqui, no aquecimento.


* JESUS RODRIGUES
Deputado Federal (PT/PI)


ATENDIMENTO À IMPRENSA
Cristal Sá
Ass. de Imprensa
Dep. Jesus Rodrigues

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